29 julho, 2011

Conserte o passo para evitar a canelite


A canelite é o nome popular da síndrome do estresse na região tibial medial, uma inflamação da região interna da tíbia (osso da "canela"). A musculatura anterior da tíbia leva o pé para cima, portanto, a dor é intensa neste movimento, durante a corrida, e ela ocorre no impacto do calcanhar no solo. Outra característica da canelite é a dor à palpação da região medial da canela. Numa fase inicial a dor cessa ao final da corrida, mas numa fase tardia da lesão ela passa a ser constante.

OS RISCOS - A canelite é comum principalmente em atletas iniciantes, pois estes ainda não se adaptaram à atividade, possuem vícios e não desenvolveram habilidade para a prática esportiva. Entre os corredores que têm essa lesão é comum observar algumas características, como por exemplo descarga de peso concentrada na região anterior do pé, ou seja, não toca inicialmente o calcanhar no solo durante a corrida, tênis inadequado, fraqueza muscular. Mas os atletas mais experientes também por vezes sofrem com a canelite em função de treinamento em terrenos muito duros e íngremes, aumento da freqüência e velocidade do treinamento precocemente

É importante que o atleta, caso sinta dor na região tibial, pare de correr e procure um médico, especialmente porque esta dor é muito parecida com a fratura por estresse, condição grave e que piora bastante se não for adequadamente tratada. Mas se for diagnosticado canelite, o tratamento adequado é mais simples, porém necessário, pois como já foi dito, a dor tende a evoluir, diminuindo rendimento e até impossibilitando a prática da corrida.


PARA EVITAR - O primeiro passo é detectar qual o motivo (ou motivos) da lesão, para que seja possível corrigi-lo. As causas podem ser intrínsecas, isto é, o problema é do próprio atleta: pisada errada (descarga de peso inadequada), pé chato (ou pronado), passadas muito longas, despreparo físico, pouca força e flexibilidade muscular. Ou fatores extrínsecos (do ambiente): tênis inadequado, solo muito rígido e íngreme, grande freqüência, velocidade e intensidade do treinamento.

O ideal é procurar orientação de um profissional, antes de iniciar o treinamento, e fazer uma avaliação completa. Dependendo do resultado, o profissional irá planejar o treinamento adequado e as condições ideais. Também é importante observar o tênis que se está usando, pois ele tem vida útil; eventualmente também haverá a necessidade do uso de palmilhas específicas, mas isso vai depender também da avaliação.

Uma vez descoberta a causa, é hora de adequar o treinamento e iniciar o tratamento. Dependendo da gravidade e estágio da lesão, a interrupção da atividade é inevitável, mas há casos em que o tratamento fisioterapêutico pode ocorrer em paralelo com o treinamento. Outra forma de condicionamento físico, sem impacto, torna-se relevante até cessarem os sintomas.


TRATAMENTO
- A fisioterapia usa alguns recursos para diminuição da dor e da inflamação, como ondas curtas, ultra-som, crioterapia (gelo) ou até massagem local, para diminuir a tensão muscular. A conduta que será tomada pelo fisioterapeuta vai depender da avaliação, da gravidade da lesão, intensidade, freqüência da dor e queixas do paciente.

A adequação postural muita vez se faz imprescindível, pois uma alteração local pode ser uma compensação de um problema à distância, isto é, uma alteração da pisada advém de uma compensação ocorrida por uma rotação excessiva dos joelhos, por exemplo. Lesões prévias ainda não recuperadas por completo também causam compensações. Treino de marcha, propriocepção articular, massoterapia, pompagem (massagem muscular específica) podem ser utilizados para reabilitar o atleta, sendo importante corrigir a condição que causou a lesão.

Fonte: Revista ContraRelógio, edição 202 de Julho/2010.

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